sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Fatores Climáticos

Os fatores climáticos, que atuam indiretamente sobre o clima, são os elementos naturais e humanos capazes de influenciar as características ou a dinâmica de um ou mais tipos de climas e devem ser analisados em conjunto, já que uma localidade, por exemplo, pode estar perto do mar e ser seca, ou pode estar próxima à linha do equador e ser fria.
Os principais fatores são a latitude, a altitude, a maritimidade (a distância de uma localidade em relação ao mar), o relevo e as correntes marítimas, além daqueles relacionados às atividades humanas.
Abaixo estão apresentados os fatores climáticos e a forma como eles podem ter influência sobre o clima de uma região e do planeta.

1. Latitude (distância ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich)
Observa-se, em regiões de baixa latitude (mais perto da linha do Equador), temperaturas mais elevadas. Isto deve-se à forma esférica da Terra, que faz com que elas recebem maior incidência da radiação solar (veja figura ao lado), como é o caso da zona tropical da Terra, situada entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. A insolação diminui a partir do Equador (onde os raios solares incidem perpendicularmente à superfície terrestre) em direção aos pólos (que têm elevada inclinação e reflexão dos raios solares). Portando, conclui-se que a temperatura diminui com o aumento da latitude.

2. Altitude (medida na vertical entre o nível médio das águas do mar e esse mesmo ponto)
Nas áreas de baixa altitude, a atmosfera mais densa retém e conserva o calor por mais tempo. Já nas áreas de altitude elevada, o ar mais rarefeito (de menos densidade entre as moléculas) tem menor capacidade de conservar o calor proveniente da energia do Sol (visto que a irradiação do calor é feita pelas superfícies sólidas e líquidas da Terra), ocasionando temperatura mais baixas. À medida que nos elevamos, a temperatura cai 1 ºC (aproximadamente) a cada 200 metros.

3. Continentalidade e maritimidade
O comportamento térmico das rochas difere do comportamento da água, influenciando a temperatura de forma acentuada. Acontece que a água demora mais pra esfriar do que a terra (demora a aquecer, mas conserva o calor por mais tempo), enquanto os continentes aquecem-se e esfriam-se mais rapidamente que os oceanos. Logo, nas cidades localizadas no interior do continente (continentalidade) o dia é muito quente e a noite fria (grande amplitude térmica, que corresponde à variação de temperatura), ao contrário das cidades localizadas próximas ao litoral (maritimidade), que apresentam baixa amplitude térmica.

4. Relevo
O relevo pode, também, facilitar ou dificultar a passagem de massas de ar, contribuindo para a diminuição ou o aumento da temperatura de uma região. Altas cadeias de montanha, por exemplo, podem dificultar a passagem de massas de ar marítimas, contribuindo para a formação de desertos.

5. Correntes marítimas
Correntes marítimas são deslocamentos de massas de água oceânicas geradas pela inércia de rotação do planeta, pelos ventos, diferenças de salinidade e temperatura das águas e conformação das bacias oceânicas que se movimentam por todos os oceanos do mundo distribuindo o calor. Além de apresentar influência direta na pesca, vida marinha e no clima, as correntes marítimas influem também na umidade. Isto porque as massas de ar quente provenientes do Pacífico se resfriam ao passar sobre as correntes, ocasionando condensação e chuvas. Elas chegam secas ao litoral e ao interior da América do Sul e do Norte, sendo, além de outros fatores, responsáveis pela existência de alguns desertos ao redor do globo.
As correntes quentes formam-se nas áreas equatoriais e migram para as altas latitudes, onde irradiam calor para o ar atmosférico. Já as frias formam-se nas áreas polares, migram para as baixas latitudes e provocam queda da temperatura nas áreas litorâneas próximas.
A Corrente do Golfo, por exemplo, que se desloca próxima à superfície, leva as águas aquecidas do trópico para o norte. Perto da Groenlândia, ela se esfria e afunda rapidamente, formando uma corrente fria que se desloca em sentido inverso, próxima ao fundo do oceano, transferindo o frio do Pólo Norte de volta para o Equador. Tal efeito é chamado de "bomba oceânica de calor". Esta corrente, então, ameniza o clima do litoral europeu e impede o congelamento das águas do Atlântico Norte no inverno.
Quanto à sua influência na pesca, é possível observar que as principais áreas pesqueiras do mundo localizam-se em locais de encontro entre correntes frias e quentes. Isto pode ser explicado pelo falto de que, para compensar o movimento das águas superficiais, as águas profundas são transportadas verticalmente para cima (fenômeno chamado de ressurgência), trazendo sedimentos ricos em nutrientes, além de que a iluminação solar aumenta a atividade biológica, atraindo grande quantidade de peixes.
Acredita-se que, se as correntes marítimas sofrerem alguma alteração, poderão causar mudanças substanciais no padrão climático, fazendo com que algumas regiões recebam mais chuvas e outras menos, tornando algumas áreas mais quentes e outras mais frias.

6. O fator humano
"A história da Terra registra grandes alterações climáticas mesmo antes da presença humana. A condição para o desenvolvimento da vida nas terras emersas do planeta dependeu, inclusive, de modificações na composição química da atmosfera. Mas estas mudanças ocorreram em grandes espaços de tempo.
Atualmente, as alterações climáticas e os problemas que elas projetam para o futuro são resultantes, principalmente, das atividades humanas. A poluição atmosférica tem aumentado em escala progressiva há mais de dois séculos, a partir da Revolução Industrial. A industrialização inaugurou o uso em grande escala dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), principais responsáveis pelas mudanças climáticas que ameaçam o planeta na atualidade.
A sociedade de consumo baseada no aumento da produção e oferta de bens materiais, é outra conseqüência da "civilização industrial". No século 20, o automóvel representou a face mais visível dos valores desta sociedade, hoje é o principal responsável pela poluição atmosférica nas grandes cidades.
A dilapidação dos recursos naturais, o desmatamento, a deterioração dos rios, a construção de represas e muitas outras realizações humanas, exercem também influências negativas sobre o clima. Lidar com estas questões e propor soluções estão entre os desafios a serem enfrentados no século 21."

Fonte do fator de número 6: UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário